Indústria Cultural

Indústria Cultural

Autor: Renata Vaz
Instituição:
Tema: Resenha
Data de inclusão: 12/09/2004

Resenha do Texto "A Indústria Cultural"
Belo Horizonte
Agosto de 2004

Resenha crítica do texto: "A indústria cultural" - Theodor W. Adorno

A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez por Adorno e Horkheimer no livro Dialektik der Aufklãrung.

A indústria cultural é a integração deliberada, a partir do alto, de seus consumidores. Ela força a união dos domínios, separados há milênios, da arte superior e da arte inferior. Com o prejuízo de ambos. A arte superior se vê frustrada de sua seriedade pela especulação sobre o efeito; a inferior perde, através de sua domesticação civilizadora, o elemento da natureza resistente e rude, que lhe era inerente enquanto o controle social não era total. (ADORNO, in COHN, 1971, p.287-288)

A indústria cultural gera nas massas a necessidade do consumo por um produto qualquer. Ela difunde a idéia do consumismo como liberdade de escolha do indivíduo. E, na verdade, ela só o aprisiona ao sistema dominante.

A indústria cultural é uma produção dirigida para o consumo das massas que ela mesma forma. E os produtos oferecidos por ela visam apenas o lucro, a comercialização e não o seu próprio conteúdo. Dessa forma, a arte e a cultura são mercantilizadas, produzindo assim, "mercadorias culturais". Aquilo que é culturalmente produzido se iguala a um produto industrializado que reproduz a dinâmica de uma indústria capitalista. Essas "mercadorias culturais" além de buscar o lucro, reproduzem as idéias, os valores da classe dominante. Através da indústria cultural, a burguesia adquire o seu domínio absoluto, padronizando e manipulando a cultura de acordo com os seus próprios interesses.

A ideologia da indústria cultural faz com que a consciência seja trocada pelo conformismo, onde tudo que é imposto, é facilmente aceito sem o menor empenho intelectual. E as pessoas não conseguem desenvolver uma consciência crítica, sócio-política e cultural pois estão sendo manipuladas pelos produtos da indústria cultural e pelos meios de comunicação de massa que veiculam esses produtos.

É do interesse da classe dominante alienar, manipular as classes "subalternas" e para isso eles colocam essa ideologia de uma forma que as pessoas, que fazem parte da massa e não possuem capacidade crítica, não consigam identificar a ideologia que está por trás das novelas, dos filmes, das músicas, dos desenhos animados, das revistas em quadrinhos e até mesmo, dos jornais e noticiários. Com isso, a massa permanece passiva e dominada diante de tanta manipulação não têm a possibilidade de criar uma cultura própria, independente e crítica, pois não existe nenhuma ligação ou participação efetiva entre o público e os meios de comunicação. Esses meios de comunicação apenas criam novas necessidades de consumo, novos produtos a essa massa que se torna cada vez mais alienada aos interesses dos poderosos.

É ilusório esse pensamento na sociedade moderna capitalista, mas devíamos pensar em uma sociedade onde a arte e a cultura tivessem o seu verdadeiro sentido resgatado, e estas, não fossem apenas mais um produto da indústria.


BIBLIOGRAFIA:

ADORNO,Theodor. A indústria cultural. In: COHN,Gabriel (org.). Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971, p. 287-295.

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