Arte e filosofia
Autor: Lisbino Geraldo Miranda do Carmo
Instituição: Universidade Federal do Pará
Tema: Arte e Filosofia
Data de inclusão: 22/04/2003
Instituição: Universidade Federal do Pará
Tema: Arte e Filosofia
Data de inclusão: 22/04/2003
Filosoficamente,
a arte foi concebida em dois grandes momentos teóricos, um era a chamada arte
poética (que estuda a arte como fabricação de seres e objetos artificiais
pelos homens) e o outro denominado arte estética (mais contemporâneo,
posto que surgiu no século XVIII). Estética provem do grego aesthesis
e significa sensibilidade. Primeiramente designava as artes como sendo criações
de sensibilidade que visavam atingir o belo, mas gradativamente passou a sobrepor-se
à própria arte poética e passou a significar todo o estudo filosófico
sobre questões artísticas.
Estética
pressupõe três fundamentos: 1) arte como produto da sensibilidade e que objetiva
a contemplação; 2) contemplação esta que para o artista é a procura pelo belo
e avaliação do belo alcançado pelos espectadores e público em geral e 3) o belo
não necessariamente é o verdadeiro. O belo não necessita ser demonstrado, é
universal, singular e particular. Atualmente vem-se perdendo a idéia do juízo
de gosto como critério avaliativo da arte, pois esta passou a ser vista sob
outras perspectivas: como expressão de sentimentos, interpretação crítica do
real, etc. Esta nova situação acabou por aproximar a estética para a concepção
poética, a arte passa a ser entendida como trabalho e não como
devaneio, ilusão, sentimento apenas. As seguir veremos três ponto-chaves de
estudo da filosofia em relação à arte.
Inicialmente
a arte era considerada imitação da natureza, não como reprodução, mas
como representação de forma fantasiosa e embasada em certas normas para figurar
qualquer ser, sentimento ou fato. Com o advento do Romantismo a arte passa a
ser vista como criação, fruto da inspiração do artista, como que este
recebesse um "sopro" divino que o levasse a fabricar a obra de arte.
Na realidade a arte não reproduz a natureza, vai sim além da mesma. O artista
é como um deus que cria o seu próprio mundo paralelo, esta visão, a da estética
da criação, coincide com o momento em que a filosofia separa o homem da natureza.
A
concepção hoje vigente é a que vê a arte como expressão e construção, na qual
o artista não limita-se a imitar a natureza ou apenas ter uma criatividade pura
e livre, que leva o artista a isolar-se do mundo, mas um canal pelo qual o homem
pode separar-se, unir-se, lutar, defender, superar, enfim, interagir com a natureza.
Nessa concepção o artista é um ser social inserido num constante embate da natureza
com a sociedade, deixando de ser um gênio solitário para ser um gênio sim, mas
engajado, como agente de denúncia da sociedade, como Picasso em seu quadro Guernica,
onde ataca a ditadura vigente em sua época, porém o artista também pode ser
canal alienante, mascarando a realidade em prol de interesses ideológicos.
Caro professor Anibal, fico feliz com sua postagem... faz tempo que não lembrava deste meu texto escrito quando ainda estudante do Curso de Direito na UFPA. Obrigado.
ResponderExcluirLisbino
É uma satisfação.
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