JOSÉ MARTÍ
JOSÉ MARTÍ (1853–1895) — Patriota cubano, pan-americanista.
Como poeta, foi precursor do Modernismo, com
grande influência nas letras hispano-americanas. Entendia a literatura como
“expresión y forma de la vida de un pueblo”, defendendo uma poesia com “raíz en
la tierra, y base de hecho real”.
CULTIVO
UNA ROSA BLANCA
Cultivo
una rosa blanca,
en
julio como en enero,
para
el amigo sincero
que
me da su mano franca.
Y
para el cruel que me arranca
el
corazón con que vivo,
cardo
ni ortiga cultivo:
cultivo
una rosa blanca.
MI
CABALLERO
Por las
mañanas
Mi
pequeñuelo
Me
despertaba
Con un gran
beso.
Puesto a
horcajadas
Sobre mi
pecho,
Bridas
forjaba
Com mis
cabellos.
Ebrio él de
gozo,
De gozo yo
ebrio,
Me
espoleaba
Mi
caballero:
İQué suave
espuela
Sus dos pies
frescos!
İCómo
reía
Mi
jineuelo!
Y yo
besaba
Sus pies
pequeños,
İDos pies que
caben
En solo un
beso!
XIV(De VERSOS SENCILLOS)Sueño con claustros de mármolDonde em silencio divinoLos héroes, de pie, reposan:ίDe noche, a la luz del alma,Hablo con elllos: de noche!Están en fila: las manosDe piedra les beso: abrenLos ojos de piedra: tiemblanLas barbas de piedra: empuñanLa espada de piedra: lloran:İVibra la espada em la vaina!Mudo, les beso la manoίHablo con ellos, de noche!Están en fila: paseoEntre las filas: llorosoMe abrazo a un mármol: “Oh mármol,Dicen que beben tus hijosSu propia sange en las copasVenenosas de sus dueños!ίQue hablan la lengua podridade sus rufianes! Que comenJuntos el pan del oprobio,En la mesa ensagrentada!ίQue pierdan en lengua inútilEl último fuego! Dicen,Oh mármol, mármol dormido,Que ya se ha muerto tu raza!”Echame en tierra de un boteEl heroe que abrazo: me aseDel cuello: barre la tierraCon mi cabeza: levangaEl brazo, ίel brazo le luceLo mismo que un sol!: resuenaLa piedra: buscan el cintoLas manos blancas: ίdel socloSaltan los hombres de mármol!
CULTIVO
UMA ROSA BRANCA
Tradução de Anderson Braga Horta
Cultivo
uma rosa branca,
em julho como em janeiro, para o amigo verdadeiro que me dá sua mão franca. E para o cruel que me arranca o coração com que vivo, cardo, urtiga não cultivo: cultivo uma rosa branca. |
MEU CAVALEIRO
Traducción de
Henriqueta Lisboa
De manhã
cedo
meu
pequerrucho
me
despertava
com um
grande
beijo.
Logo
montado
sobre meu
peito
freios
forjava
com meus
cabelos.
Ébrios de
gozo
tanto eu como
ele
me
esporeava
meu
cavaleiro:
que suave
espora
seus dois
pés
frescos!
E como
ria
meu
cavaleiro!
Como eu
beijava
seus pés
pequenos
dois pés que
cabem
juntos num
beijo!
HOMENS DE MÁRMORETradução de Henriqueta LisboaSonho com claustros de mármoreonde em silêncio divinorepousam heróis, de pé.De noite, aos fulgores da alma,falo com eles, de noite.Estão em fila; passeioPor entre as filas; as mãosde pedra lhes beijo; entreabremos olhos de pedra; movemos lábios de pedra; trememas barbas de pedra; choram;vibra a espada na bainha!Calada lhes beijo as mãos.Falo com eles, de noite.Estão em fila; passeiopor entre as filas; chorosome abraço a um mármore. — “Ó mármore,dizem que bebem teus filhoso próprio sangue nas taçasenvenenadas dos déspotas!Que falam a língua torpedos libertinos! Que comemreunidos o pão do opróbriona mesa tinta de sangue!Que gastam em parolagemas últimas fibras! Dizem,ó mármore adormecido,que tua raça está morta!”Atira-me à terra súbito,esse herói que abraço; agarra-meo pescoço; varre a terracom meus cabelos; levantao braço; fulge-lhe o braçosemelhante a um sol; ressoaa pedra; buscam a cintaas mãos diáfanas; da peanhasaltam os homens de mármore!
Comentários
Postar um comentário