O que é Ciência?
O que é ciência?
A ciência adquiriu várias compreensões durante a história
da Humanidade. Geralmente o que expressamos por ciência atualmente é bem
diferente do que se compreendia por ciência no período clássico grego e
anterior a ele. Por volta do ano 600 e 500 a.C., apareceram figuras bem
curiosas naquela região que foram chamados de Pré-socráticos. Eles são os
primeiros filósofos que inauguraram uma nova forma de produzir conhecimento.
Eles são famosos por romperem com a forma mítica de explicar as coisas do mundo
e todos os eventos ocorridos no mesmo. Todos eles se destacaram por não
aceitarem de forma imediata as explicações com base nos deuses, e, portanto,
cada qual buscou formular sua teoria a respeito da origem das coisas, do mundo
em que estavam situados e sobre si mesmo.
Foram várias as teorias, assim como foram vários os
primeiros filósofos. São chamados de filósofos da Physis(Natureza). Isto em
razão de tentarem entender o funcionamento das coisas por elas mesmas, ou seja,
pode se dizer que eles se esforçavam por encontrar explicação de um fenômeno
pelo próprio fenômeno. Sua curiosidade os levam a procura da “causa” das
coisas. O nome técnico que atribuímos a este ato é que eles procuram pela “arché”,
das coisas. Esta palavra significa do grego: princípio. É justamente por terem
esta postura diante das suas investigações que os tornam diferentes e capazes
de produzir conhecimento científico mais autêntico. Seu método de investigação
é mais completo por priorizar de forma mais completa possível a sua pesquisa.
Assim, a justificativa para dizer que sua filosofia inicial pode ser chamada de
ciência e que ela é mais completa, ocorre em função dos objetivos pelas quais a
realizam, conforme já mencionados a cima, e por primarem pelo esforço do
exercício racional para a obtenção de conhecimento.
E de sua busca pelas causas dos fenômenos nele mesmos.
Há algumas características que podem ser acrescentadas e
que garantem o fato de dizer que esta é a forma mais completa de produzir
saber. São elementos como: crítica, a totalidade, a radicalidade e o rigor
lógico. No caso de faltar um desses elementos, podemos dizer certamente haver
dúvidas sobre estar produzindo conhecimento autêntico. Pode faltar qualquer um
deles, porém, o que atribui o conceito mais autêntico é a: totalidade. É o
mesmo que faz com que possamos distinguir o conceito tradicional ao conceito
moderno. Sua redutividade e fragmentação é o ponto de análise e de distinção
conceitual. O fato de deixar de ter uma postura investigativa global ou
totalizante, equivale ao fato de reduzir a investigação a apenas partes ou a uma
parte específica do objeto estudado, e neste caso, ela compromete as demais
atribuições de sua sistematicidade. Ou seja, ao perder a dimensão do
todo, ela não mais é a ciência filosófica, pois irá produzir um conhecimento
parcial, particular, e que pode certamente com o tempo, vir a não mais ter
validade. Esta característica de particularizar e fragmentar, é um
comportamento da ciência moderna. Uma ciência aplicada e que apenas atende a
uma dinâmica imediatista gerando muitas vezes um saber falho.
Aníbal Ap. Tápparo - Graduado em Filosofia pela Faculdade
Bagozzi de Curitiba.
Referências:
ARANHA,
Maria Lúcia Arruda; MATINS , Maria Helena Pires. Temas de
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ARANHA,
Maria Lúcia Arruda; MATINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à Filosofia. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1993.
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Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
CHAUI,
Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a
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MARCONDES; Danilo. Iniciação
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Janeiro: Zahar, 2017.
REALE,
Geovani; Dario Antiseri. História
da Filosofia Antiga. V. 1. São Paulo: Paulus, 2003.
SEED-PR, Secretaria da Educação. FILOSOFIA,
Ensino Médio. 2ª ed. Paraná: 2008.
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